IA'S CHINESAS QUE ESTÃO REDESENHANDO O JOGO.
- Hermes Vissotto
- há 1 dia
- 4 min de leitura

Nas últimas duas décadas, a China deixou de ser vista apenas como uma fábrica de baixo custo para se consolidar como epicentro global da inovação tecnológica. O marco inicial dessa virada pode ser apontado em 2001, com sua entrada na OMC, que abriu as portas para investimentos estrangeiros e transferência de know-how.
Em 2008, ao sediar os Jogos Olímpicos de Pequim, o país exibiu ao mundo sua nova infraestrutura digital e seu poder de mobilização tecnológica. Já em 2015, com o plano estratégico “Made in China 2025”, Pequim assumiu publicamente a ambição de liderar setores de ponta, incluindo inteligência artificial, biotecnologia e energia limpa. Fatores políticos estratégicos, como os maciços investimentos estatais em P&D, o incentivo às startups por meio de zonas de inovação e o controle sobre dados em larga escala, deram à China o combustível necessário para acelerar em ritmo exponencial.
Hoje, colhe os frutos dessa jornada: é referência mundial em IA, 5G, supercomputação e robótica, um protagonismo que desafia diretamente a hegemonia tecnológica dos Estados Unidos.
Redesenhando o jogo
As novas IAs chinesas estão redesenhando o jogo da inovação global, desafiando a hegemonia do Vale do Silício e mostrando que o futuro da inteligência artificial será multipolar. Combinando investimento estatal maciço, ecossistemas de startups vibrantes e domínio de dados em larga escala, a China criou modelos capazes de rivalizar com os mais avançados do Ocidente, como o DeepSeek, que impressiona pelo raciocínio lógico, o Qwen 3 da Alibaba, referência em multimodalidade, e o Baidu ERNIE 4.5, que já é open source e acessível mundialmente. Essas plataformas não apenas aceleram a competição tecnológica, mas também redefinem padrões de eficiência, custo e acessibilidade, sinalizando que o centro de gravidade da IA pode estar se deslocando rapidamente para o Oriente.
DeepSeek
🔗 deepseek.com Com foco em raciocínio lógico e matemática, o DeepSeek ganhou fama por entregar resultados comparáveis a gigantes ocidentais como GPT-4, mas com custo de treinamento 90% mais baixo. É gratuito para uso básico no site, mas empresas podem pagar pela API. Usuários elogiam sua precisão em problemas técnicos e criticam apenas a censura em temas politicamente sensíveis.
OmniHuman
🔗 omnihuman1.org Criado pela ByteDance, o mesmo grupo do TikTok, o OmniHuman permite gerar avatares hiper-realistas em vídeo a partir de uma única foto. É uma revolução no marketing, no cinema e na educação. As demos são gratuitas, mas pacotes corporativos são pagos. Usuários destacam a naturalidade da fala e dos gestos, ainda que reconheçam falhas em poses muito complexas.
MANUS AI
🔗 https://manus.im/app A MANUS AI surge em fóruns acadêmicos como promessa para interação homem-máquina, analistas especulam que seja voltada a soluções corporativas de automação. Entre os poucos testes relatados, há elogios à fluidez no processamento multimodal.
Qwen 3
🔗 alibabacloud.com/qwen Desenvolvido pela Alibaba, o Qwen 3 é um modelo multimodal (texto, imagem e voz) que já nasceu com licença aberta. Isso significa que pesquisadores e empresas podem usá-lo de graça, pagando apenas infraestrutura. Usuários destacam a força em tradução bilíngue (chinês-inglês) e criticam pequenas falhas em programação complexa.
Kling AI 2.1
🔗 https://app.klingai.com/ Pouco documentada publicamente, a Kling AI 2.1 aparece como projeto experimental de síntese audiovisual e realidade imersiva. A falta de informações oficiais gera curiosidade, mas especialistas acreditam que seja voltada a ambientes de metaverso e entretenimento digital. Usuários ainda aguardam testes abertos.
Baidu ERNIE 4.5
🔗 yiyan.baidu.com A resposta da Baidu ao ChatGPT: um modelo open-source multimodal licenciado em Apache 2.0. Ele entende texto, imagem, áudio e vídeo, e está disponível gratuitamente para desenvolvedores. Usuários elogiam a qualidade no entendimento cross-modal e criticam apenas a necessidade de hardware robusto para rodar localmente.
Z. AI GLM-4.5
🔗 zhipu.ai Criado pela Zhipu AI, o GLM-4.5 é visto como um dos melhores modelos abertos da China. Gratuito para pesquisadores, também possui versão premium com suporte corporativo. Usuários valorizam o desempenho em raciocínio e contexto longo, embora alguns relatem lentidão na inferência em máquinas mais modestas.
DeepSeek V3.1
🔗 deepseek.com Uma evolução do DeepSeek original, a versão 3.1 traz menos alucinações, maior estabilidade e raciocínio mais fluido. É grátis no app/site, com API paga para empresas. Usuários afirmam que a V3.1 está mais confiável e que rivaliza com modelos ocidentais em benchmarks práticos.
Seedream 4.0
🔗 arxiv.org/seedream Especializado em geração de imagens, o Seedream tem como diferencial a fidelidade ao texto do prompt, inclusive em chinês e inglês. Ainda em fase de testes, é gratuito para uso acadêmico e pago para empresas. Usuários elogiam a qualidade visual e a escrita precisa em imagens algo que concorrentes ocidentais ainda patinam.
O avanço chinês em IA não é coincidência: é fruto de planejamento estratégico, investimento público maciço e ousadia tecnológica. Cada uma dessas plataformas mostra que a disputa pela liderança em inteligência artificial já não é um monopólio do Vale do Silício. Estamos diante de um mundo multipolar em inovação, no qual a China já não é apenas participante, é protagonista.

FAÇA PARTE DA NOSSA COMUNIDADE.
Linked In
Youtube
Tiktok